De acordo com Locke, na natureza não existe Estado, apenas indivíduos dotados de direitos naturais - liberdade, propriedade e vida. Para Nozick, esses direitos decorrem do direito de cada individuo à propriedade de si mesmo, isto é, cada um é dono de si próprio o que implica:
- direito à vida
- liberdade para dispor de si próprio, das suas capacidades e talentos
- direito de dispor como quiser dos bens obtidos através do seu trabalho (das suas capacidades físicas e intelectuais)
Segundo Kant, a instrumentalização de qualquer outro ser humano é sempre incorreta - o respeito pelas outras pessoas passa por não as tratarmos como meios ao nosso serviço ou dos nossos objetivos individuais. O Homem, ser racional, é autónomo e assim é capaz de escolher de forma livre os seus fins. Partindo deste pressuposto, Nozick estabelece que os direitos naturais não podem ser violados em nome de um bem social maior: se cada pessoa é proprietária de si própria, exigir-lhe que pague impostos sobre os rendimentos do seu trabalho para distribuir a riqueza pela sociedade (e melhorar a situação dos menos favorecidos) é instrumentalizá-la, isto é, trata-la como meio ao serviço de terceiros ou de outros fins (como a justiça social).
Assim, a teoria de Nozikc reside no seguinte: se o Estado exigisse aos mais favorecidos, que são justos titulares dos seus bens, qualquer contribuição para melhorar a situação dos menos favorecidos, estaria a instrumentalizá-los e a limitar a sua liberdade para disporem como querem dos seus direitos. Para Nozikc, a tributação é o equivalente moderno dos trabalhos forçados pois obriga os contribuintes a oferecerem parte do produto do seu trabalho ao Estado (para ele o redistribuir).
Nesta linha de ideias, o único Estado moralmente legítimo é o Estado mínimo, aquele que fornece aos cidadãos serviços de proteção contra a violência, o roubo, a execução dos contratos... isto é, aquele que se limita a garantir os direitos individuais de cada um.
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